Argentina - Paso Integracion Austral a Puerto Santa Cruz

Argentina -  Trajeto X: Paso Integracion Austral - Rio Gallegos - PN Monte Leon - Puerto Santa Cruz 

 

24/02 - Paso Integracion Austral a Rio Gallegos- AR

Seguimos mais novecentos metros e no outro prédio da Imigração, na saída do Chile, entrada para a Argentina, nem uma fila! Dez minutos e estávamos prontos! Só demorou mais a vistoria porque um argentino no carro a nossa frente teve algum problema com um computador que deve ter comprado e não declarado ou declarado errado... Fizeram a nossa vistoria, seguimos e ele ficou por lá!

No caminho, uma reta de mais de cem quilômetros, muitos guanacos, e alguns nhandus! Fora isso, somente os pampas argentinos adornando a reta Ruta 3 da Patagônia Argentina.

Há trinta quilômetros de distância já podíamos avistar a cidade de Rio Gallegos, mais conhecida como Gallegos, é uma cidade de tamanho considerável para a patagonia. e a capital da província de Santa Cruz. Com cerca de mil habitantes, Gallegos foi fundada em dezembro de 1885 e é hoje o centro de distribuicao desta zona.

Fomos dar uma volta de "reconhecimento" na cidade, fomos ao mercado, trocamos dinheiro, fizemos recarga de créditos, o Toninho lavou o carro num Auto-lavado e resolvemos procurar um lugar para ficarmos.

Optamos por ficar na costaneira de Rio Gallegos. Com um estacionamento amplo, próximo de residências, pensamos que a noite deve ser mais tranquilo para dormir.

 

25/02 - Rio Gallegos

A noite foi tranquila, como pensamos. Resolvemos ficar na cidade. Aproveitamos o dia para limpar o carro. O Toninho cuidou de arrumar algumas coisas fora e eu limpei dentro! Pegamos alguns quilômetros de ripio, o que enche o carro de pó. À tarde, depois do almoço, descansamos, e saímos caminhar pela costaneira.

À noite conversamos. Estamos buscando uma direção do que podemos fazer para ganharmos dinheiro. Que trabalho podemos fazer para continuar tendo a vida que temos sem ficarmos presos a um molde imposto pela sociedade e ter que voltar a viver em casa e ter trabalho com hora definida, ficando refém de um ciclo social que nos leva a esquecermos o que aprendemos nestes quase dois anos...

Pensamos ter um norte... resolvemos comecar a trabalhar com música.  Agora vamos trabalhar e orar sobre isso, amadurecendo nossa decisão!

 

26/02 - Parque Nacional Monte Leon

O dia amanheceu frio e chuvoso. Choveu bastante a noite. Resolvemos ir adiante. Depois de abastecermos, seguimos viagem até o Parque Nacional Monte Leon. Nosso objetivo aqui é ver os pinguins do tipo Magalhanicos. Era final de tarde e a orientação é fazer um registro antes de adentrar o parque! O registro é feito seis quilometros depois da entrada na estância Monte Leon, administração do parque. O local, uma antiga estância de esquia de ovelhas, ainda tem um galpão com todo o maquinário, disponível para visitas. Um lugar muito interessante!

Como o o horário de visita estava apertado, pois aconselham entrar as nove e sair até as cinco da tarde, resolvemos dormir na entrada do Parque e entrar amanhã.

Aproveitamos o tempo para trabalharmos na escolha das musicas que poderíamos tocar, e os arranjos! Nosso objetivo é trabalhar nisso algumas horas todos os dias e precisamos ter disciplina! 

 

27/02 - Dia de visitar duas Pinguineiras

Acordamos cedo e entramos no Parque Nacional Monte Leon, para ir ver as pinguineras de pinguin-de-Magalhães. Depois de dirigirmos por quatorze quilômetros em estrada de terra, e mais dois quilômetros de caminhada em senderos em meio a estepa, vegetação típica desta região, chegamos a costa e nos deparamos com  uma colônia enorme de pinguins pode ser vista por toda a praia!

Todo o trajeto tem avisos de cuidado com os pumas que são predadores dos Pinguins, guanacos e demais espécies do parque. Por isso o horário de visitas está limitado das nove horas da manhã até as cinco horas da tarde. Porque os pumas saem a caçar as oito da manhã e as seis da tarde. Então, embora cientes dos procedimentos em caso de cruzarmos com eles, o melhor é não cruzarmos!

O lugar é lindo! Uma praia imensa só para eles! O problema é que ficamos muito longe deles! Para vê-los somente com binóculos! São muitos! Aqui a colônia tem mais de dois mil! E nós ficamos ali olhando e fotografando até que a chuva nos tomou de assalto.

Segundo os guarda-parques, 0,5 milímetros de chuvas no parque é o suficiente para fechá-lo! Embora pareça um exagero vimos que as estradas são como que um barro compactado que vira uma lama só! E a umidade e poças ao longo do caminho nos alertam que deva ter chovido nos últimos dias. E, segundo nos explicou, nem eles, com 4X4, transitam pelo parque nestas condições! Resolvemos não arriscar e sairmos!

Dirigimos até Puerto Santa Cruz! Considerada a capital histórica da província de Santa Cruz a cidade tem cinco mil habitantes, somente um posto, dois mercados pequenos e muitas carências! Fomos ao informações turísticas, e depois passeamos pela cidade. Sem muito atrativos, tem dois museus e uma costaneira simpática, seu auge é o verão, e sua atração a Pinguinera Punta Entrada, no Puerto Quilla. Esta é outra pinguinera que fica na dezessete quilômetros da cidade e mais dois quilômetros e meio de caminhada na praia até os primeiros ninhos. É importante observar a maré para poder chegar! Esperamos a maré descer, as quatro da tarde e tínhamos que voltar antes das oito horas, quando ela sobe de novo!

A caminhada é de dificuldade média porque, hora, você caminha sobre pedras soltas, hora, sobre a areia fofa. O que cansa um pouco mais! Mas vale muito a pena!

A diferença aqui é que não há delimitadores e você pode chegar a um metro dos pinguins. Embora o mais coerente seja que fiquemos mais distantes para evitar molestá-los com barulho e nossa presença! Mesmo assim, é uma emoção vê-los de tão pertinho! Eles fazem seus ninhos em baixo dos arbustos.

O que vemos aqui  é que, o fato de não ser controlada a entrada, embora se dependa das marés para chegar, esta liberdade de acesso deixa os pinguins á mercê de outros predadores além dos que os tem em sua cadeia alimentar natural! É proibida a entrada de cachorros, mas os vemos por ali! Além do assédio do homem que não respeita limites para chegar perto e tirar fotos, correndo o risco de pisar nos ovos, ou fazendo-os sair dos ninhos correndo assustados, perturbando seu habitat.

Vimos muitos pinguins mortos, como também o vimos em P.N. Monte Leon. Em terra são alvos de zorros, pumas, e no mar de leões marinhos e lobos marinhos. Informações interessantes: são monógamos, em setembro os machos chegam primeiro e voltam ao local dos ninhos do ano anterior, depois com a chegada das fêmeas, colocam e cuidam dos seus ovos, e do nascimento, e se preparam até abril quando os filhotes já trocaram a plumagem e aprenderam a nadar! Sabem então é passam seis meses em mar, indo em direção às costas atlânticas brasileira e em setembro retornam de novo... Podem viver até 15 anos, se tiverem sorte. Em geral tem 45 cm de altura.

Vimos aqui muitos filhotes!  

Retornamos e a caminhada da volta pareceu mais longa que na ida, por ser muito cansativo caminhar neste tipo de terreno, além de que já tínhamos caminhado quase duas horas pela manhã, e mais de uma hora para chegarmos lá!

Voltamos a cidade, e fomos ao camping municipal, onde é possível ficarmos acampados e nos instalamos! Estávamos cansados mas satisfeitos! foi um dia e tanto!

 

28 e 29/02 - Puerto Santa Cruz

Aproveitamos a estrutura do camping para lavar roupas, limpar a casa.

No primeiro dia choveu e ficou nublado, resolvemos descansar e deixar para lavar roupas no dia seguinte. Esperando por sol.

À tarde, fiz um bolo para adoçar e no mais, aproveitamos o dia para ler, escrever, tocar, cantar... Enfim, fazer atividades que hoje, fazem parte de nossa vida.

O dia seguinte nasceu com sol e vento! Dia perfeito para limpar e lavar! E passamos amanhã na função de lavar roupas e limpar o carro.

Aproveitamos para trabalhar um pouco em nosso projeto de músicos além de escrever. 

E março bate á porta...

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