Alaska - The Last Frontier - Parte I

Alasca - A última fronteira e uma grande expectativa

Acordamos e decidimos aproveitar e usar a Lavanderia do camping para lavar roupas antes de seguir viagem. Nos despedimos do Wilson e da Gloria com a sensação de que encontramos pessoas maravilhosas sem planejar. Eles seguem em direção a Toronto e pretendem fazer o despacho do carro de Halifax para a Bélgica. Quem sabe um dia a gente se encontra novamente.

Abastecemos mais uma vez o suficiente para chegar no próximo posto no Alasca, pois lá o combustível está mais barato.

Seguimos tão empolgados que quase passamos da placa de Welcome to Alaska. Paramos, fizemos nosso filme, tiramos fotos e celebramos juntos nossa conquista. Mais um objetivo alcançado, mas daqui para frente ainda tem muito chão até Prudhoe Bay, no Círculo Ártico, ao sul em Anchorage, Homer e a Fairbanks.

Sinto que Deus tem grandes coisas para nós nesse lugar. Passamos pela imigração e tudo foi muito tranquilo. O Agente nos deu mais seis meses nos EUA, vamos ver quando sairmos o que vai acontecer, se teremos mais seis meses ou se vai contar o prazo que temos em aberto.

Seguimos e uma informação muito importante dada pelo Wilson foi que encontraríamos muita ondulação na pista, causada pela permafrost. E quase todo o território do Alaska tem uma camada de gelo por baixo e a estrada está construída em cima desse permafrost. Quando no verão essa camada derrete e causa ondulações na pista. Isso é visível e temos que dirigir com muito cuidado.

Dirigimos até o centro de visitantes e este não tem nem wifi nem água, diferente do Canadá que sempre aproveitávamos para fazer o dump, pegar água e usar a wifi, já estávamos acostumados.

Dirigimos até a cidade de Tok e procuramos um local para dormir. Ficamos próximos ao centro de visitantes atrás de uma estação de serviços, onde outros depois se juntaram a nós para passar a noite.

Delta Junction, na milha 1422, marca o final da Alaska Highway

Partimos ainda na Alaska Highway para chegarmos a Delta Junction onde iriamos encontrar o marco final da Alaska Highway. Apesar das duas marcas, a de Dawson Creek e a de Delta Junction. Interessante é que um grupo começou a construção aqui e outro em Dawson Creek e se encontraram no Summit Soldier, mas Delta Junction é considerada o final, a milha final.

Paramos no Centro de visitantes e antes de mais nada fomos fazer nosso almoço. O Lugar pitoresco tem logo na entrada da cidade um pequeno museu a céu aberto de maquinas e carros utilizados na construção da rodovia. Não tão interessante quando o que vimos em Fort Nelson. Uma casa antiga que já foi o melhor Hotel da cidade que foi transportada de um lago para a entrada da cidade, onde algumas coisas foram reconstruídas e outras ainda são originais são uma visita interessante para conhecer costumes da época.

A senhora que nos recebeu nesta casa nos deu muitas informações sobre o local e nos indicou o outro lado da rua onde alguns jovens estavam distribuindo sorvete grátis. Fomos até lá, pegamos os nossos e voltamos para o centro de visitantes. Demos uma olhada rápida, pois estava muito mais para loja de souvenir do que centro de informação mesmo. Tiramos fotos e seguimos para o osso próximo destino: Fairbanks, na casa do Claudio. Um Brasileiro que vive no Alaska há 16 anos.

No caminho, passamos a base aérea militar local, onde vimos na beira da estrada como os EUA está muito bem armado. Muitos caças e jatos e outras grandes aeronaves militares pareciam estar apontadas para algum lugar estratégico, prontas para alçar voo a qualquer momento, bem ao estilo TOP GUN.

Polo Norte e a casa do Papai Noel 

Chegamos finalmente a Casa do papai Noel. Não foi nada difícil pois uma grande estatua sua está bem na frente. Na cidade de North Pole ou Polo Norte, onde incrivelmente mora ninguém mais do que o Papai Noel, que fica aqui até 10 de setembro e depois retorna em novembro, pelo que entendemos.  Entramos, visitamos a loja que é imensa e confesso que dá vontade de levar a sua casa inteira, que não passa de um grande local com tudo, tudo o que você pode imaginar com motivos natalinos, desde a cueca do papai Noel ao papel higiênico. Presentes para todos os gostos. Se você pensar no fio dental do papai Noel, tem ali. O engraçado de tudo isso é que o Papai Noel mora no Polo Norte, mas ele não fabrica mais nada ali. Os duendes devem estar todos desempregados, enfrentando uma grande crise no Polo Norte. Eles foram substituídos pelos chineses, pois tudo aqui é produzido na China. A China não está invadindo somente o mundo, nem o Polo Norte escapou. Eles invadiram aqui também.

Não compramos nada, claro, mas penso que visitar este local no natal pode ser mais interessante. Aproveitamos que o papai Noel estava dando sopa, e sentamos os dois no seu colo para tirar nossa foto. As renas do Papai Noel? Bom, estas nós vimos lá no Colorado, estavam todas de férias na Rock Mountain.

Fairbanks e o começo de muitos encontros

Depois de passar na casa do papai Noel, partimos em direção a Fairbanks, mais umas poucas milhas. Logo chegamos na casa do Claudio e conhecemos sua esposa Teresa, ela não nasceu no Alasca, mas foi criada e viveu praticamente toda a sua vida por aqui. Conheceu o Claudio em Portugal em uma viajem. Se casaram e vieram morar no Alaska, hoje eles têm um casal de filhos, Lucas e Jayden. O Claudio não estava porque tinha saída pescar com amigos por uns dias.

Também encontramos o Guto e a Janete do @novosolhos, com os filhos Caio e Sofia que conhecemos de um grupo de WhatsApp de viajantes, chamado Na Estrada. Eles viajam a 1 anos e 3 meses em uma Toyota Bandeirantes saindo do interior do Rio Grande do Sul e devem dar a volta ao mundo.

Conversamos enquanto a vizinha do Claudio e da Teresa, Dona, cortava o cabelo da Janete.  Depois eu fui ajudar o Guto a cortar e organizar lenha para o Cláudio. O Claudio troca 3 horas de trabalhos diários pelo camping. O Guto já estava fazendo suas horas do dia e eu ajudei.

Mais tarde ficamos sabendo que o Claudio, que estava programado para voltar na terça-feira, estaria retornando hoje porque o barco quebrou e eles desistiram da pescaria.

A Tereza preparou uma torta de legumes deliciosa para o jantar! Ficamos constrangidos com a atitude dela. E de sobremesa uma torta de Rhubarb, uma planta que tem em seu quintal. Uma delícia. Próximo das 22:30h o Cláudio chegou, mas já tínhamos nos recolhido e deixamos para conversar amanhã.

Cláudio e Tereza  

Hoje conversei com o Claudio pela primeira vez pessoalmente. Ele me mostrou a propriedade e tudo o que tem para fazer. Aqui ele troca o camping por serviços. O que é bom para a gente que pode ficar e não precisa gastar.

Como ele estava programado para pescar, ele não foi ao trabalho e ficou em casa ajudando o Mike, seu sogro que é o dono da propriedade ao lado e está fazendo uma ponte entre outras reformas.

Eu ajudei o Guto com a lenha e a Janeh ficou no carro trabalhando na internet. Logo após o almoço o Guto e a Janete com as crianças decidiram partir em direção ao Denali NP. Nos despedimos e ele partiu.

Continuei com a lenha e depois fiquei trabalhando com os vídeos.

Mais um dia e o Claudio continua firme no trabalho com seu sogro e fui ser o ajudante do ajudante. Foi divertido pois aprendi muitas coisas. A Janeh se aproximou um pouco mais da Teresa e vimos que uma linda amizade estava nascendo ali.  Em alguma conversa com o Claudio ele falou que não poderia receber muitas pessoas pois a sua estrutura era mais para pessoas que queiram utilizar o Airbnb para alugar. A ideia do ‘camping’ em troca de trabalho não iria funcionar se ele não fizesse um banheiro externo disponível e um Dump, água, energia e wifi. Conversei com ele para construirmos banheiros, duchas externas e colocar pontos de agua e energia para que outros viajantes possam utilizar. Ele disse que aceitaria minha ajuda.

Nascia ali um grande irmão e amigo. Acabamos descobrindo que ele também toca violão e bateria, e no final do dia as esposas preparam juntas um jantar com música. Sentamos na rua jantamos e tocamos algumas canções juntos. Nesse momento descobrimos que a Teresa e o Claudio são irmãos em Cristo quando pedimos para fazer uma oração antes da refeição e depois a Teresa pediu para tocar músicas cristãs. Percebemos que o Claudio conhecia algumas músicas e ficou tocado em algumas delas, isso nos acendeu uma luz de que Deus tem algo para fazer ali. Ficamos felizes por saber que Deus tem um plano para nossas vidas aqui. Após 5 meses viajando praticamente sem ter muito contato que nos permitisse ser benção, eu Toninho, já estava orando a Deus perguntando se nossa viagem seria somente uma viagem, ou se ele nos levaria a algo mais, como nas duas primeiras fases.

Acho que já tínhamos a resposta e começamos a orar a respeito.

Conhecer o Carlos (Komun) de Pinhalzinho

Hoje o Claudio resolveu ficar em casa novamente e talvez fique a semana toda pois tem muito trabalho em casa e precisa adiantar para a chegada de mais viajantes.

Fomos ajudar o Mike na construção da ponte novamente e perto da hora do almoço tivemos a surpresa da chegada do Carlos, o famoso Komun, que saiu de Pinhalzinho SC com uma Master Renault construída o seu MH por ele mesmo. Ele partiu de SC com sua esposa e desceu até o Ushuaia com o destino dos dois extremos da américa. No momento sua esposa voltou para o Brasil com saudade dos filhos e o Carlos chegou no Alaska sozinho. O fato curioso foi que quando o Carlos estava no Ushuaia, o Mauro, nosso amigo de Curitiba também estava, em função de uma viagem de trekking e por conta do Norberto Body que estava por lá com seu Velho Joe, o seu Jipe Willians fazendo Brasil, Ushuaia de jipe. Acabou conhecendo o Carlos e ele falaram de nós, que iriamos nos encontrar por aqui. E foi exatamente o que aconteceu. O Carlos também está no grupo de WhatsApp Na Estrada e estávamos conversando. Ele utilizou nosso vídeo sobre como fazer o visto canadense e foi um vídeo chave para ajuda-los..

Ele estacionou sua Master em outro lado oposto ao nosso no terreno do Mike e pagou 20 dólares pelo camping. Assim não trabalharia as 3 horas.

Toninho ainda se incomodou novamente com nosso inquilino. Ele não paga aluguel agora já vai para 5 meses, e saiu do apartamento. A Imobiliária entrou com um processo para tentar fazê-lo pagar. Isso para nós é um problema pois contamos com esse valor em nosso orçamento todos os meses. Com isso acabamos consumindo mais do que programado da nossa reserva. O jeito é buscar mais trabalho na internet.

E temos um cliente que mandava trabalho todos os meses, este mês, parou, devido alguns compromissos que ele tinha. Realmente precisamos viver sempre na dependência de Deus. Confiar que Ele cuida de tudo.  

Por outro lado, interessante que desde que chegamos aqui não precisamos mais comprar comida. A Dona, vizinha do Cláudio, chegou com caixas de comida para pegarmos o que precisássemos. Questionei da Thereza e ela disse que eles têm um banco de comidas da Igreja chamado Food Pantry e que eles coletam comida em mercados e restaurantes para este dia. E a Dona faz a coleta e ganha tanto (e não pode sobrar, porque na semana seguinte vem mais) que acaba dando uma parte para os vizinhos. Achei interessante o trabalho da igreja e pedi para ir junto. Ela falou que vai sempre uma hora antes para ajudar a arrumar tudo. O dia é amanhã, e eu vou com ela, quero conhecer melhor sobre este trabalho.

No final do dia, novo jantar juntos e agora a presença de mais um brasileiro na mesa. Conversamos e rimos muito. Ele quer ir a Prudhoe Bay e nos também, porém o Chico e a Carla, outro casal de brasileiros que viajam em uma Land Rover Defender estão vindo e decidimos esperar para saber se eles querem seguir conosco.

O casal Guto e Janete nos deram notícias que estão no Denali e provavelmente retornaram para Fairbanks e estão pensando em ir para Prudhoe Bay também. Assim faremos um comboio juntos. Vamos esperar e ver o que vai acontecer.

Duas experiências interessantes Food Pantry e Música brasileira no Music Garden.

O Toninho cortou grama da área onde ficam as cabanas e eu trabalhei nas traduções.

Kitty uma motoqueira da República Tcheca chegou, montou uma barraca e começou imediatamente a trabalhar. Ela viaja o mundo de moto e teve um acidente feio na Colômbia onde ficou um mês no hospital. Vai ficar e trabalhar para ter dinheiro para arrumar a moto.

A tarde ajudei a Thereza a limpar as cabanas, e as 17h fomos ajudar no banco de comida que a Igreja dela tem. Um ministério chamado Food Pantry que arrecada comida em comércios locais e distribui para pessoas carentes da cidade. Os alimentos são organizados em mesas e prateleiras por tipo. As pessoas chegam e fazem fila. As 18 horas as pessoas são liberadas e elas podem pegar o que conseguirem levar. Trabalhamos ali, arrumamos tudo no final. Uma experiencia muito interessante. Aqui percebemos que as condições extremas de sobrevivência aproximam as pessoas e as torna mais generosas.  Eles têm diversos grupos de estudo para ajudar pessoas nos meses de noite polar, que leva muitos ao suicídio, as roupas de frio em lojas de doação são extremamente baratas, a cidade tem um banco de comidas para os que não podem pagar por ela... um pedaço dos Estados Unidos bem diferente, mais humano, mais amigo...

O Toninho e o Cláudio vieram me buscar para ir a Universidade ver um evento chamado Música no Jardim. Hoje é dia de música brasileira.

Muito interessante, as pessoas levam cadeiras ou mantas, um lanche e se espalham pelo jardim enquanto em um local coberto um violinista e uma sanfoneira tocam música brasileira. Desde chorinho, samba, baião, bossa. Bem interessante ver americanos tocarem música brasileira. Ali encontramos a Lia uma amiga brasileira do Cláudio, a Kitty, o Ivan e a Kátia, brasileiros que moram em Dakota do Sul e tem casa de férias aqui no Alasca, e mais alguns brasileiros. No final foi bem interessante. Todo mundo foi embora e ficou só nosso grupo conversando. Nos despedimos e retornamos. Um dia diferente, com novas experiências e muito aprendizado.

Momentos especiais, conhecemos Carla e Francisco do @voutelevar

Hoje o dia foi de bastante trabalho e ajudar o Claudio a organizar seu terreno. Ele está construindo mais um banheiro fora da casa. A Janeh ficou trabalhando nas traduções.

Tivemos um tempo juntos no final do dia onde a Jane preparou tacos e todos comemos juntos dentro da casa do Claudio pois o dia todo foi um chove e pára, e não dava para arriscar ficar fora.

Depois que a Kitty e o Carlos foram dormir tivemos um tempo de louvor a Deus com a família do Claudio. Foi um tempo do mover de Deus e cremos que Deus vai fazer mais ainda. Estes dias aqui tem disso incríveis.

No sábado, trabalhamos bastante. Ajudei o Claudio a levar os entulhos que estamos retirando do terreno e cortamos grama.

O casal de Baianos que conhecemos no concerto de música brasileira entrou em contato com o Claudio para fazermos um encontro e o combinado que eles virão e teremos um tempo juntos no final do dia.

O Francisco e da Carla, outro casal que saiu do Rio Grande do Sul e estão viajando pelas américas, chegaram e foi uma festa conhece-los pessoalmente! Um casal super querido e muito simpáticos.

A Kitty também recebeu um amigo vindo do Chile, da cidade de Santiago, viajando de moto, foi até Puerto Willians e hoje retornou de Prudhoe Bay, o Álvaro, mais um viajante que conhecemos.

Pontualmente ás 18hs o Ivan e a Katia chegaram e todos se reuniram na churrasqueira do Mike, sogro do Claudio, no terreno ao lado. A Jane, a Carla e a Teresa prepararam saladas e acompanhamentos e o Claudio assou uma carne para todos... após comermos fomos para a beira do rio e fizemos uma fogueira. O Claudio pegou seu violão e juntos tocamos, cantamos, rimos, tomamos vinho e assamos marshmallow no fogo. Ficamos até quase 1h da manhã, mas como não escurece completamente, ainda estava claro quando todos exaustos concordaram em ir dormir. Foi um tempo maravilhoso com amigos do Brasil e outros países.

No domingo, depois de uma semana de trabalho separamos este dia para descanso.

Tomamos café com o Cláudio e a Thereza que fez pães de queijos deliciosos. Saímos e fomos juntos ao culto.

Retornamos descansamos a tarde. Conversando com os amigos. Fiz um bolo de banana que foi a sensação do café. Ficamos conversando até tarde planejando nossa saída amanhã para Prudhoe Bay. O Chico e a Carla, que estão com problemas na Land Rover deles, decidiram ir conosco em nosso RV. Vai ser uma alegria tê-los conosco estes dias!

Prudhoe Bay – uma tentativa frustrada

Fomos ao mercado comprar as coisas para a viagem. Como o Chico e a Carla iam em nosso RV, resolvemos, junto com o Carlos fazer as refeições juntos, seria uma nova experiência.

Saímos para Prudhoe Bay já passava do meio dia. O Guto e a Janete do @novosolhos resolveram ir também, nos encontramos no mercado e seguimos em 3 carros. Nós com o Chico e a Carla, o Carlos no carro dele e o Guto e a Janete com as crianças.

Quando pegamos a rodovia em direção a Dalton Highway pegamos muita chuva e seguimos por horas assim. Paramos na placa da Dalton Highway para fotos, e resolvemos fazer o almoço.

Seguimos viagem e quando estávamos a 180 milhas de Fairbanks, umas 70 milhas de Coldfoot, o nosso carro saiu uma fumaça branca debaixo do carro. Paramos e vimos que estava vasando todo o óleo da transmissão.

O Chico já entrou debaixo do carro para tentar resolver, já parou uma caminhonete com motor igual o nosso e deixou um óleo para transmissão. Mas o Chico disse que tinha ocorrido um superaquecimento e aberto a caixa e vazado todo o óleo.

Achou melhor sermos rebocados para não danificarmos mais ainda a transmissão. O Guto já nos rebocou para uma Rest área mais à frente e ali depois de verificarem que não teria o que fazer, tentaram parar um guincho que descia para Fairbanks rebocando um veículo, e nos disse que cobrava $4000 para levar o carro para lá. E ele nos perguntou se não tínhamos nenhum tipo de assistência. Aí o Toninho lembrou que fizemos o Roadside Assistence da GoodSam, quando compramos o RV. Resolveram então sair no dia seguinte cedo e ir solicitar o guincho.

Fizemos a janta, e fomos dormir. Debaixo de muita chuva ainda.  Ficamos muito apreensivos. Pensando que se fosse algo grave, teríamos que repensar nossa viagem. Mas oramos e entregamos para Deus. Não podemos fazer nada além disso neste momento.

Fomos guinchados de volta para Fairbanks – Oficina dia 1

Os rapazes acordaram cedo e saíram com o Carlos para Coldfoot para conseguir um telefone para entrar em contato com o GoodSam para pedir um guincho. Foram 70 milhas de ida e de volta, isso dá uns 200 km.  O Chico foi junto pois é fluente em inglês e poderia conversar com o pessoal da assistência.

Retornaram depois do meio dia. Almoçamos e ficamos aguardando o Guincho que chegaria a tarde. O Carlos decidiu que não seguiria sem a gente. “Não se deixa um amigo em maus lençóis”, disse ele. Ele resolveu que voltaria e levaria o Chico e a Carla e nos dois iriamos com o guincho. Este foi o combinado com a seguradora. Eles iam sair e resolveram esperar o guincho chegar.

Quando o guincho chegou o motorista nos comunicou, diferente do que nos foi informado pelo GoodSam, que ninguém poderia ir com ele.

E pensamos, ainda bem que o Carlos decidiu esperar senão, não sei o que faríamos.

Nos despedimos do Guto e da Janete com as crianças que seguiriam viagem, e seguimos com o Carlos o nosso carro guinchado. Uma dor no coração ver ele pulando, pois, o guincho não era de plataforma, então ele ia com as rodas traseiras rodando. E com a permafrost, em alguns trechos ele pulava, literalmente.

Depois de umas 3 horas, chegamos na oficina Gabes, junto com o guincho. Já era noite e ficamos todos lá. Cansados e famintos. Preparei jantar para todos e fomos dormir. Dia muito puxado e nosso coração está apertado.

Acordamos e tomamos café todos juntos. O Carlos, que ficou estacionado ao lado, o Chico e a Carla que estavam conosco.

O seguro nos disse que a oficina só teria tempo para ver nosso carro na próxima semana, mas ficamos aguardando pela manhã eles verificarem o problema e darem um parecer. Umas 10h o mecânico veio e disse que levaria o carro para dentro na oficina. O Chico explicou exatamente o ocorrido, conversou com o mecânico e de cara nos passaram um orçamento de $800 dólares só para abrir a transmissão, e se não fosse nada grave, fechar e colocar óleo de novo.  

Conversamos com o Cláudio, sobre outras possibilidades, com o Chico, pensamos em ver outra oficina, mas como ficaria com o guincho? A hora de serviço deles aqui está $60 dólares, bem melhor do que já pagamos por aí ($100). Depois de conversarmos, nós aprovamos e eles disseram que começaríam no dia seguinte. Bom, pelo menos não teríamos que esperar uma semana. Para nós $800 dólares é muito, é quase o orçamento de um mês (gastamos em média $1000 por mês), mas não temos muita saída. Provável que tenhamos que ficar um mês parados para recuperar o valor, mas pensaremos nisso depois.

Final de tarde eles colocaram nosso RV para fora para dormirmos. Ficamos por ali e o pessoal ficou por ali conosco no carro. A presença de amigos numa hora como essas não tem preço, é um presente de Deus.

Uma decisão muito difícil - Oficina dia 2

Acordamos cedo, pois eles iriam mexer no carro, e tomamos café junto.  Eles vieram e levaram o carro para dentro da oficina mas disseram que poderíamos ficar dentro, ficamos surpresos, mas ficamos tomando nosso café e conversando.

Um tempo depois um homem - que pensamos ser o chefe - chegou, chamou o mecânico e disse que não poderíamos ficar ali. Nos pediu desculpas, falou que eram as normas de segurança e pediu para sairmos.

O Carlos foi com o Chico e a Carla para o Cláudio, pois ele queria mexer no carro dele, que estava com problemas também. E nós ficamos no escritório na oficina esperando.

No meio da tarde o mecânico veio falar conosco e explicar que nossa transmissão tinha sérios problemas e teria que ser reconstruída. Nos passaram o orçamento de +- $4000 dólares e um prazo uma semana para deixar o carro pronto. Quase caímos de costas. Ficamos sem saber o que fazer. Se não consertamos e vendermos assim? E se consertamos, vendemos e compramos outro carro mais barato para seguir? E se repensarmos o nosso projeto, e voltarmos? Bem difícil decidir. Este valor nos sustenta por 4 meses na estrada.

Perguntamos se havia a possibilidade de colocar uma transmissão nova, e o preço. Eles iriam verificar. Nós também ligamos para o Carlos, Chico e Claudio para pedir conselho. Eles decidiram procurar uma usada ou uma nova. E nós ficamos aguardando.

Até o final do dia não apareceu nada mais interessante do que a proposta da oficina. O Chico veio na oficina conversar com o mecânico para entender o que tinha acontecido, e o mecânico foi muito prestativo, trouxe as peças para vermos, nos explicou o ocorrido. Parece que o cooler estava estragado e superaqueceu praticamente destruindo as peças da transmissão. Ele nos mostrou algumas que se desintegravam quando ele passava a mão.  Temos que decidir até amanhã...

Voltamos para a Casa do Cláudio pois teria um bolo de aniversário para a Kitty. Ela está trabalhando para arrumar a moto e seguir viagem. Foi um tempo muito bom.

Voltamos para a oficina para dormirmos. Eles tinham colocado nosso RV para o pátio nos fundos e ligado na energia. Até nisso vemos o cuidado de Deus. Eles já entenderam que é uma decisão difícil para nós e estão tentando nos deixar o mais confortável possível ali.

"E se fizerem uma vaquinha?" - Oficina dia 3

Cedinho nós voltamos ao escritório da oficina para vermos se eles tinham alguma novidade. Eles nos avisaram que não conseguiram uma peça nova. E nos disseram que poderíamos tentar encontrar uma usada, mas que não nos dariam garantia, e caso fizéssemos o “rebuild” a reconstrução, teríamos a garantia de 24.000 milhas ou enquanto estivéssemos por aqui no Alasca.

Ficamos na oficina, enquanto conversávamos e tentávamos uma outra saída. O Cláudio nos aconselhou a fazer pois não encontrou nada que fosse mais em conta ou interessante, o Chico também. Tínhamos ainda o problema de que nossos cartões não tinham este saldo e nem este limite, outra coisa a se resolver.

Decidimos aprovar e decidir confiar em Deus para uma direção de como faríamos o pagamento depois. Bem como o que faríamos dali para diante. Deus vai dar a solução.

Voltamos a casa do Cláudio e passamos a tarde lá, eu trabalhando nas traduções e o Toninho em algumas coisas na casa da Dona, que vai embora para a Carolina do Norte e precisa deixar tudo pronto.

O pessoal decidiu ir para Chena River passar o dia amanhã e nos convidaram. Nós iríamos com o Cláudio.

Conversamos com algumas pessoas sobre a possibilidade de usar o cartão emprestado e entramos em contato com nossa gerente, mas como não temos muito uso, temos que esperar o que ela pode fazer.

Conversando com irmãos e amigos, alguns sugeriram fazer um financiamento coletivo ou vaquinha. Se disseram dispostos a ajudar e sugeriram ser uma boa maneira de continuarmos viajando. Estamos em dúvidas... na verdade eu tenho muita resistência a fazermos isso. Estamos há 3 anos e meio vivendo assim, e essa foi nossa escolha. É nossa responsabilidade. Difícil a decisão de envolver outras pessoas nisso. O Toninho compartilhou que alguns disseram que seria uma boa oportunidade de deixar que as pessoas que nos conhecem e nos seguem apoiarem nosso projeto. Ele achou que valeria a pena, e mesmo que conseguíssemos uma pequena parte do dinheiro, já nos ajudaria.

Não sei, é difícil para mim essa coisa de pedir ajuda, mas decidimos tentar e deixar os resultados com Deus. 

Um aniversário diferente – Oficina dia 4

Hoje o Toninho faz aniversário. Acordou bem emotivo com toda a situação. O carro estragado, não sabemos o que fazer, não termos o limite no cartão para o pagamento, a decisão de fazer a vaquinha ou não...

E conversamos de novo sobre a sugestão da vaquinha, como seria lidar com isso, se seria a coisa certa… como lidar com a exposição, são muitas dúvidas…. Decidimos fazer, depois de muito conversar. Foi difícil fazer o vídeo, o Toninho se emocionou bastante.  

Ele editou o vídeo enquanto eu preparava o projeto para o site da vakinha e meio dia colocamos a campanha no ar. “Nos Resgate no Alasca”. Não sabíamos se iria dar certo, mas qualquer valor já nos ajudaria. Então, agora é entregar nas mãos de Deus e confiar.

Fomos para o Chena River, com o Cláudio e a família. Eles nos emprestaram a Van para podermos dormir lá e foram com a pick-up. O Chico e a Carla já tinham ido com o Carlos e o Guto e a Janete já estavam lá. Passamos a tarde lá e fizemos uma janta, salmão grelhado com vinagrete, uma delícia. Ficamos tocando, cantando e perto da meia noite fomos dormir na Van.

Salmão pego na mão no Chena River – Oficina dia 5

Dormimos na van do Claudio e apesar de ser meio desconfortável pois não tínhamos colchão ou saco de dormir, a noite foi agradável.

Acordamos e ficamos lá até de tarde. Almoçamos salmão pescado no rio, e ficamos curtindo a paisagem. Na saída o carro do Carlos atolou na areia e foi um tal de empurra, todo mundo ajudando, mas só saiu com ajuda do guincho elétrico.

Voltamos para o Claudio e o Guto e a Janete ficaram ali mais uma noite.

A Kitty fez uma janta, tinham mais dois amigos dela naquele dia. Depois voltamos para dormir na oficina.

Mais um dia. Oficina dia 6

Ainda não tínhamos notícias sobre a peça e ficamos no carro trabalhando. A campanha estava indo muito bem, para nossa surpresa tínhamos mais de 30% do valor.

Para mim, desde o primeiro dia, uma luta ficar vendo isso. Ao mesmo tempo que quero crer que todos que contribuíram o estão fazendo debaixo da permissão de Deus, e muito difícil precisar depender da boa vontade das pessoas quando se trata de dinheiro. E estou sendo muito tratada com tudo isso. As pessoas que ofertavam nos enviavam mensagens de ânimo. Muito bom ler cada mensagem.

Recebemos algumas críticas, que já esperávamos, nada fácil ler ou ouvir algumas coisas, mas tudo bem faz parte.  Mas, um amigo que consideramos muito nos chamou a atenção pela forma como foi feita o vídeo. Conhecemos o seu coração e sabemos que a intenção dele é, todo tempo nos orientar e exortar para fazermos a coisa certa. Por isso relemos todo o projeto no site do vakinha, revemos o vídeo tentando entender ou ver a leitura que ele estava fazendo, mas para nós o vídeo foi totalmente sincero, decidimos deixar assim.

A boa notícia foi que a nossa gerente respondeu dizendo que conseguiu aumentar nosso limite para podermos pagar com o nosso cartão. Desta forma não teríamos que envolver outra pessoa no pagamento e teríamos o tempo hábil para providenciar o valor. A campanha encerra dia 10 e temos que pagar dia 17/09. Que bom, as coisas estavam dando certo. Deus é bom!

Final da tarde os mecânicos avisaram que a peça chegaria no dia seguinte de manhã e que iriam começar a mexer no carro. Que bom, a peça chegou antes.

Soubemos que o Carlos seguiu sozinho para Prudhoe Bay e estamos na torcida por ele.

Viajantes ajudam viajantes – Oficina dia 7

Acordamos cedo pois os mecânicos iriam trabalhar no carro. Ficamos trabalhando no escritório da oficina e aguardado.

Vimos que o pessoal do @Vancomtudo, postou um vídeo sobre nossa situação. Com isso muitas outras pessoas acabaram contribuindo. Ficamos tão felizes e agradecemos um monte pelo coração tão disposto deles.

Mas, ao mesmo tempo eu percebi que não posso ter o controle sobre a leitura que fazem do vídeo e isso me deixou com o coração angustiado. Momento bem difícil. Essa exposição não é nada fácil. Nunca passamos por nada parecido. Esperamos que passe logo.

A tarde a Thereza nos buscou para fazermos um lanche pois o RV estava no elevador e não podíamos entrar para pegar comida. A oficina fica longe de lugares onde se pode comprar comida. Comemos e o Chico nos levou de volta para ver se tinha ficado tudo certo com o carro. Ao chegarmos eles tinham concluído. Que bom! A peça chegou um dia antes e eles concluíram o serviço um dia antes. Verificamos que ficou tudo certo, pagamos o conserto que ficou $4,016.13 dólares no cartão, e voltamos para o Cláudio.

De volta a casa do Claudio - Tempo de gratidão

Foi uma festa quando chegamos com o carro arrumado. Todos felizes. Comemoramos juntos.

A Julie, amiga da Thereza, que vive em Anchorage e tem um trailer, está por aqui. Jantamos todos juntos e um viajante de Israel, o Roee chegou e jantou conosco.

Nossa vakinha está em mais de 40%. Bastante para 3 dias. Estamos trabalhando nosso coração para sermos gratos em todo o tempo e deixar Deus cuidar daquilo que não podemos cuidar.

Mais viajantes divulgam a campanha

Ontem foi um dia difícil para nós. Principalmente para mim. Recebemos algumas mensagens negativas a respeito da campanha e confesso que não lido bem com essa exposição. Tive uma noite difícil por conta disso. Preciso me policiar para olhar para as inúmeras mensagens positivas.  

Com a divulgação o número de contribuições aumentou, bem como os seguidores no canal, e com isso, também as críticas.

Vimos que o Gui e a Jana do @partiualasca, também divulgaram no Instagram e nos inscreveram no WhatsApp mais projetos estão divulgando como o @Turismopédechinelo e o pessoal do @VoodekombiCristini. E tantos outros que compartilharam em suas redes sociais! Somos gratos a cada um deles, que deram uma super força.

E vimos que outras pessoas acabaram divulgando a notícia, mas de uma forma exagerada.  E mesmo sendo gratos, decidimos não deixar passar, escrevemos a cada um que vimos, pedindo que refizessem o texto para deixá-lo sincero e verdadeiro. Sabemos que a intenção é ajudar, e “fazer um pouco de drama sensibiliza as pessoas a ajudarem” (ouvimos isso), mas dissemos que não queremos que seja assim.

Alguns compartilhamentos davam a entender que estávamos morrendo de frio, ou iríamos morrer de frio aqui, que esse lugar é horrível, inóspito… e não é nada disso. Gravamos o vídeo na oficina, que é um lugar não muito agradável, verdade, mas o Alasca é lindo, os dias tem feito 30 graus e temos vivido momentos especiais e abençoados aqui. Não queremos que as pessoas tenham uma impressão ruim do Alasca. E muito menos que as pessoas daqui, que tem nos ajudado tanto, pensem que não gostamos daqui.

Mas a boa notícia é que no almoço (Chico e Carla almoçaram com a gente), finalmente chegou a peça nova da land do Chico. Ele ficou bem feliz e passou o restante do dia trabalhando no carro.

Toninho está ajudando a Dona, fazendo o jardim dela. Eu estou trabalhando na tradução.

A noite o Chico e Carla decidiram fazer um jantar de despedida, pois planejavam partir logo. Estávamos todos juntos, menos o Carlos que ainda não tinha voltado de Prudhoe Bay.

Quando abençoar nos abençoa  

Foi um dia puxado. O Toninho ajudou a Dona e cortou grama para a Thereza. Eu ajudei com as cabanas e trabalhei com minhas traduções.

A campanha vai rápido e já chegamos a mais de 50% do valor. Estamos na contagem regressiva para encerrar. Já temos também quase 15% do valor depositados no banco.

A tarde fomos eu, a Carla, junto com a Thereza ajudar no Food Pantry. Foi muito bom este tempo juntas.

A noite a Thereza fez uma macarronada deliciosa para nós e o Roee, retornou para jantar conosco. O Carlos voltou de Prudhoe Bay, bom ter ele por aqui de volta. Ao final ficamos tocando e cantando músicas que todos pediam, músicas americanas tradicionais, gospel, brasileiras, e uma hora perguntamos ao Roee, o que ele gostaria de ouvir. Ele pediu para tocarmos o que quisermos e o Toninho me pediu para cantar o hino de Israel, que não canto há anos.

Ele tocou e eu cantei e o Roee ficou muito emocionado. Todos ficaram olhando a situação sem entender. Eu falei do significado do hino e porque, para os judeus, fala tanto ao coração. O estado de Israel foi reconhecido em 1948, quando foi criado o hino. E o povo pôde voltar ao seu território, depois de ter sido dispersado por todos os lugares por Adolfo Hitler, tentando escapar do holocausto, história triste que nós conhecemos muito bem.

Enfim, ele ficou muito tocado e surpreso de sabermos o hino de seu país.

Ele iria dormir no carro, uma pick-up alugada. Convidamos ele para dormir em nosso RV. Ele agradeceu muito. E nós ficamos felizes em servir.

No universo pessoas ajudam pessoas” (vídeo no canal)

A Thereza veio e me entregou uma carta. Ela disse que queria expressar o que tem sido para eles estarem conosco, e disse que poderíamos usar a carta como bem quiséssemos. Tão preciosa. Me fez chorar um monte. Disse para ela que talvez a use para o livro.

Ler sua carta me encheu de gratidão a Deus por estar vivendo tudo isso aqui. Se tudo isso foi só para conhecê-los e poder ler essas palavras, já valeu a pena.

Acordamos e preparamos um café para o Roee. Oramos como sempre fazemos, e foi um tempo muito precioso onde compartilhamos nossos sonhos, e ele os dele. Ele falou um pouco que está em uma viagem em busca de um novo sentido para sua vida. Ele tem muitas experiências com a natureza, os animais, disse chamar todos que quer ver e que encontrou todos no caminho. Uma experiência interessante. Eu disse a ele para fazer o mesmo com o Messias que ele viria até ele, para um encontro que mudaria sua vida.

Foi muito interessante. Ao final do café ele pediu para orar. E orou abençoando nossa vida, pedindo a Deus que siga com ele em sua viagem e ao terminar disse: “em nome de Jesus” e olhou para nós buscando confirmação de que fez como fazemos. Dissemos: sim! Em nome de Jesus.

Nos despedimos e ele agradeceu algumas vezes e disse que “muito obrigado” é muito pouco para expressar o que foi para ele nos conhecer. Deus sempre nos surpreendendo.

E hoje é dia de despedidas, o Chico e a Carla vão embora. Foram alguns dias juntos e eles são um casal muito especial. Foi difícil a despedida. Choramos juntos, oramos juntos. Nós, os dois e a Thereza. Mas ficamos felizes que eles pegaram a estrada. Já estavam parados há duas semanas quase.

O Toninho ajudou a Donna pela manhã e o Cláudio a tarde.

Dia de Garage Sale - “Não se deixa um amigo em mais lençóis”.

Hoje programamos de sair cedo para ir visitar alguns Garage Sales, na cidade. Saímos todos juntos as 10 h, menos o Cláudio que trabalha e o Lucas.

Visitamos diversos e elas compraram algumas coisas. Nós achamos uma jaqueta para chuva da Colúmbia, nova e com a etiqueta ainda, por apenas $10 dólares.

Como o Toninho precisava de uma e tinha feito aniversário, ficou como um presente para ele.

Fomos ainda ao Valley Village, uma grande loja de coisas usadas tipo a Good Will. Elas compraram algumas coisas, mas nós ficamos nos $10 dólares mesmo.

Retornamos para casa e vimos que o Carlos já tinha ido embora. Entramos em contato e o convidamos para voltar e almoçar. Ele retornou, almoçou conosco e depois foi embora.

Mais uma vez foi difícil a despedida. Ele foi um parceirão quando nosso carro teve problemas. E não vamos esquecer disso.

A tarde e eu fui ajudar a Thereza com as cabanas, Toninho foi cortar grama ao redor delas. O Toninho ainda ajudou a Dona. A noite eu fiz tacos e a Donna jantou com a gente. Aproveitamos o sol novamente (coisa boa) e servimos a mesa no jardim.

Uma atividade diferente, conhecendo um pouco mais da cultura americana

Acordamos cedo e nos preparamos para ir ao culto. A Thereza e o Claudio nos chamaram para tomarmos café juntos. Ela fez pão de queijo, uma delícia.

Então falamos sobre a possibilidade de ficarmos por aqui com eles durante o inverno, perguntaram sobre nosso visto, sobre o que poderia ser feito para termos a extensão. Sentimos eles bem empolgados querendo que fiquemos. Ficamos de orar por isso e fomos ao culto juntos.

Ao retornarmos almoçamos e o Toninho saiu com o Cláudio para praticar tiro ao alvo. Um dia diferente, conhecendo pessoas que possuem réplicas antigas. Para alguns americanos isso é uma paixão. E aqui no Alasca onde as temporadas de caça então em alta, ainda mais. 

Eu fiquei trabalhando pois preciso terminar uma tradução e enviar hoje ainda. Estamos planejando ir a Prudhoe Bay amanhã e preciso estar com isso terminado e entregue pois não tem nem celular nem sinal de telefone por lá. Serão uns 5 dias off e não podemos deixar pendências.

Nossa campanha está já em 65%, e já temos 20% ofertado em nossa conta no banco e outros meios.

Muita chuva por aqui

Amanheceu chovendo e o Toninho não pode terminar o que começou a fazer na Dona. Resolveu aproveitar o dia e trabalhar nos vídeos atrasados.

Eu concluí meus trabalhos e ajudei a Thereza com as cabanas.

A noite a Julie, de Anchorage, fez halibut e tempurá de legumes, uma delícia.

Temos vividos dias preciosos aqui. Compartilhando momentos com esta família linda que nos acolheu e tem nos ajudado tanto.

Outro dia de chuva e aproveitamos para trabalhar em nossos vídeos e mídias sociais.

A vaquinha está em quase 100%, achamos que amanhã fechamos o valor e fecharemos a campanha.

Chegamos a 100% do valor e fechamos a vakinha

Com tanta chuva por aqui, não dá para trabalhar fora, como o Toninho está ajudando o Claudio, eles acabaram por trabalhar todo o dia dentro da casa.

Aproveitei para lavar roupas, ajudar a Thereza com as cabanas, e comecei a preparar os e-mails de agradecimento e textos para o site, pois estamos próximos de fechar o valor que precisamos para o conserto.

As 19:40 h fechamos os 100% e decidimos fechar a campanha no vakinha. O valor arrecadado, somado ao que recebemos em conta e outros meios, completou o valor. Ficamos surpresos e muito felizes. Pois em 11 dias de campanha arrecadamos todo o valor. Isso foi um milagre e eu fiquei muito feliz por poder encerrar.  

Estes dias de campanha não foram fáceis. Nós estamos desde 12 de maio de 2014, Rodando pelas Américas (3 anos e 4 meses agora). Quando recebemos a sugestão de fazer a vaquinha, de muitos que se propuseram a ajudar. Nós relutamos, pois, sabemos que hoje não se trata mais de uma viagem apenas, mas esta é nossa vida, foi a nossa escolha há mais de 3 anos,  e sabemos que precisamos ser responsáveis por nossas escolhas.  

Mas sabemos que tudo é um aprendizado e consideramos cada mensagem que lemos e ouvimos (provavelmente elas irão para um livro). E todos os dias fomos animados e encorajados por cada uma delas, a medida que chegavam.
Hoje pensamos: valeu a pena! E resolvemos agradecer a todas as pessoas que nos apoiaram de qualquer forma. Por isso nos preocupamos em fazer um e-mail pessoal para cada um, colocar em nosso website, vamos fazer um vídeo, colocar no facebook e no Instagram.

Temos muito trabalho nos próximos dias. No mais somos gratos a Deus por seu amor e cuidado neste momento.

Trabalhar para expressar nossa gratidão

Dia de chuva novamente, e nos dedicamos a fazer o vídeo de agradecimento, e concluir todo o material para postar tudo junto. A internet está com problemas hoje e por causa das chuvas e provavelmente vamos conseguir subir o vídeo somente amanhã.

Final da tarde ainda fui com a Thereza ajudar no Food Pantry, um projeto da Igreja onde ela congrega, que é feito a cada quinta feira. E por mais que as pessoas levem, sempre sobra muita comida. Um trabalho muito bonito.

Arrisquei fazer uma feijoada.

O dia acordou molhado de novo. Tem chovido bastante aqui e estamos na expectativa de irmos para Prudhoe Bay, mas precisamos de sol.

Conseguimos postar o vídeo, e todo o material do final da campanha, email e mídias sociais.

Passamos o dia respondendo mensagens, tanto no canal como no facebook, Instagram e pelo website. Ficamos muito felizes com o resultado.

Final da tarde comecei a preparar uma feijoada (na verdade nunca fiz uma) mas já vi muitos fazerem então, mãos à obra. Não encontramos partes de porco para a feijoada então, me contentei com costelinhas e linguiças variadas.

E para uma primeira feijoada ficou muito boa. Fiz couve, arroz e laranjas. E o máximo foi ouvir dos filhos da Thereza que a minha feijoada era melhor que o feijão da mãe deles. Rimos muito. Porque ela só faz feijão, não feijoada. Mas fiquei feliz. Todos gostaram.

Terminamos a noite tocando e cantando, louvando a Deus juntos. Muito especial.

Últimos detalhes para seguir para o extremo norte

Hoje foi dia de verificar os últimos detalhes para irmos a Prudhoe Bay. Concluí o trabalho que tinha que enviar para os clientes, e o Cláudio e o Toninho saíram juntos para checar como ficou o conserto. Tudo certo, graças a Deus.

Eu fiquei ajudando a Thereza com as cabanas, com a casa. Depois saímos juntas e fomos ao mercado.

Toninho e Cláudio retornaram para casa junto com o PJ e a Ioana, pois iriam pernoitar lá. Conversamos um pouco e eles disseram que iriam amanhã para Prudhoe Bay. Decidimos ir juntos!

A Donna nos chamou e nos deu algumas camisetas compridas de presente. Uma delícia. Ainda nos emprestou um casaco especial para irmos a Prudhoe Bay. Uma querida. Toda preocupada em que não passemos frio.

A noite a Julie, amiga de Tereza que está por aqui também com seu trailer, resolveu fazer uma fogueira na beira do lago, com música, marshmallows, chocolate e biscoitos, um tempo muito agradável. Ficamos tocando, cantando, aproveitando o calor, comendo e conversando. Tinha um casal de indianos em uma das cabanas, que eles alugam pelo Airbnb, que se juntaram a nos. Uma noite divertida.

Amanhã temos nosso desafio a nossa frente! Uma grande expectativa de chegar a Prudhoe Bay. Que Deus cuide de nós.

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